Há menos de uma semana aconteceu a 2ª maior tragédia (por ordem cronológica) de que me posso recordar.
Um sismo de grau 7 abalou todo o continente americano, com principal incidência na América Central, no Mar das Caraíbas. É lá que está o mais pobre país daquele continente (talvez um dos 5 mais pobres do mundo), o Haiti, precisamente o local onde o abalo mais se fez sentir.
A gravidade da tragédia é ainda imperceptível na sua plenitude, porque mais do que os estimados 100 mil mortos (há quem fale em mais de 200 mil) , temos de pensar em como vão realojar os 2 ou 3 milhões de pessoas que ficaram sem casa, como vão acolher e educar os milhares de novos orfãos e como vão lidar com os milhares de pessoas que vão ficar doentes, aleijados, sem capacidade para trabalhar.
Um povo que à partida já era miserável, que vivia numa extrema pobreza, encontra-se nesta altura no limiar da condição humana.
Muitos têm de matar para dar de comer aos seus filhos ou vê-los simplesmente morrer!
A ajuda parece pouca apesar dos esforços de todos os países do mundo, as condições para um trabalho eficaz são péssimas.
A situação do país está a ser relatada pelos repórteres de TV mais experientes como algo nunca visto!!
Todos sem excepção falam num cenário como nunca foi visto desde que existem meios de gravação de imagem, e atenção! estamos a falar em repórteres que estiveram na Indonésia, no Sri Lanka, na Somália, na Etiópia, no Iraque, no Afeganistão, no Kosovo ou na Sérvia!!!
Eu vou acompanhando a situação, mas apenas pelo recurso do som, mesmo na TV, ouço as notícias mas sou incapaz de olhar, sou demasiado fraco.
Os relatos que vou ouvindo já me magoam demasiado, já fico atormentado sem ver, não preciso de danificar mais a minha sanidade.
Dou graças por existirem pessoas como as que vão para estes locais ajudar estas pessoas que tanto precisam, gostava de estar com eles, mas não tenho competências nem sequer coragem, creio, por isso só desejo que sejam capazes de ser anjos sem asas para aqueles que agora agoniam.