Faz precisamente hoje um ano, que vivi uma espiral de emoções difíceis de descrever.
Por um lado a alegria de ver juntar uma nova luz na minha vida.
Haverá maior felicidade do que ver nascer um filho\a? Penso que não. À minha princesa via nascer, tal como o irmão, mas ela apesar dos tempos conturbados que viveu na barriga da mãe, demonstrou ser uma mulher de fibra, sem nunca dar sinais de fragilidade, e até na hora de ver a luz do dia, mostrou a sua "aura" de vencedora. Nasceu sem dar muita luta à mãe, limpinha, rosadinha, linda como ninguém!
2 horas antes, a terrível notícia que se adivinhava. Perdia o meu avô. Perdia um dos pilares do meu crescimento.
Nunca o julguei pelo seu passado. Apenas poderia ter opinião sobre um Homem, que me ajudou, que me criou, que foi meigo, foi bondoso comigo.
Tantos dias passei junto dos meus avós, não me lembro de um "puxão de orelhas", apenas desejos satisfeitos e caprichos atendidos (pelo que todos dizem nunca fui uma criança birrenta, mimada ou caprichosa, o pior veio depois lol). A dor de o ver partir, foi atenuada pela satisfação de ver a sua dor acabada, de saber que partiu sabendo que nós gostávamos dele, que nos preocupávamos.
Um dos momentos mais dolorosos, mais emotivos que já vivi, foi quando no dia anterior a minha mulher foi despedir-se do meu avô ao hospital.
As lágrimas correndo-lhe na face contou-lhe mais uma vez que a menina se chamaria MATILDE, em honra da minha avó já falecida. Ele moribundo, ainda acenou a sua cabeça em sinal de satisfação e uma lágrima correu-lhe na face...
Tenho saudades, mas sei que ele será o anjo da guarda de minha menina.
Estará sempre presente, aconchegando-a nos momentos de desilusão ou de incerteza.
Hoje é um dia de alegria, só alegria. Alegria por ver a minha princesa crescer com saúde e saber que fui amado por aquele Homem.